Foi um apocalipse que me deu...

Fui ontem ver o Apocalypto do Mel Gibbson.
E começando na dificuldade de pedir o bilhete, "Um bilhete para o apocalipso, agora às 15h30 sff, não desculpe apocaliptico...não a p o c a l y p t o. Isso isso, apocalypto...", passando pela vontade que tive de sair nos primeiros 20mm...

Não sei que diga. Adoro cinema, não percebo nada de realização cinematográfica nem direcção de actores pelo que me vou reduzir à minha insignificância e comentar aquilo que me diz respeito.
Como o filme me chocou.

Quem se lembra da "Paixão de Cristo", e da crueldade das imagens deste filme consegue encontrar o denominador comum dos filmes de Mel Gibbson.
A desconcertante violência. Não fica nada por ver em termos de sangue e coisas partidas mas também pouco fica por adivinhar em termos psicológicos.

Vemos a fragilidade humana contrastada com a tremenda resistência, situações extremas em que uma vida se perde por "dá cá aquela palha" e outras em que se resiste, sem saber bem com que forças, aquilo que se julgava impossível.

Os filmes são isso mesmo, filmes e impressionam-nos tanto mais quanto a nossa fragilidade emocional o premitir. E a minha estava premissiva.

Houve sem duvida momentos menos brilhantes, situações mais impossíveis bem ao estilo "Holliwodesco" mas isso raramente me perturba. O filme, seja ele qual for, é para mim uma terapia de abstracção de hora e meia que potenciada pelo acúçar das pipocas costuma ter efeitos benéficos no meu ser.
Ainda que se trate de uma "banhada"...